Pune, que raio de cidade é essa?



Com cerca de 4 milhões de habitantes, ela é muitas vezes chamada de Oxford do Oriente por ser um centro cultural e educacional, é apelidada de Detroit por ser o reduto de grandes montadoras de automóveis, é também centro tecnológico (TI), meditação e terapia. Por causa desses fatores, Pune é uma das cidades mais diversificadas e culturalmente interessantes da Índia, além de ser uma das cidades que mais possue estrangeiros.

Além do Hindi e Inglês, cada estado possui uma língua local. No caso de Pune, como está no estado de Maharashtra, a língua local é o Marathi. Na Índia, normalmente apenas as pessoas mais instruídas falam Inglês, mas no caso de Pune, por possuir um número elevado de pessoas com um nível de escolaridade mais alto, quase todos falam tranquilamente o “the book is on the table”. O grande problema para nós, os "firangis", é entender o sotaque, claro.

Não tem jeito, eles gostam mesmo é de motos. Mais de 53% dos domicílios de Pune possuem duas motos. Além de motos, computadores. Aqui a penetração dele nos domicílios é a mais alta da Índia. Sobre a temperatura, nada exagerado. A maior alta registrada em Pune foi de 43,3 C em abril de 1987 e a mais baixa foi de 1,7 C em janeiro de 1935. Pune tem três estações no ano: verão, monções (estação das chuvas) e inverno. Tem aeroporto internacioanal e dá para ir para todos os cantos da Índia apenas pegando os trêns que saem daqui.

Ok, agora vou falar a parte obscura de Pune. Aqui mais ou menos duas ou três vezes por dia tem corte de energia, pois a demanda é muito maior do que a capacidade de geração de energia elétrica. Algumas vezes a água também. Sobre o transito, enfim, dá muita tese de doutorado, principalmente aquelas sobre a teoria do caos. Além de tudo, os carros são verdadeiras chaminés. Penso seriamente em usar máscaras por aqui.

Agora um dado interessante: em Pune tem uma lei que proibe estabelecimentos comerciais, como restaurantes, casas noturnas, etc,  de ficarem abertos após às 23h. Lugares que ficam abertos após esse horário são caríssimos e raros (não me pergunte como eles podem ficar abertos após às 23h, pois i$$o é mi$tério), e também não pode fumar e nem consumir bebida alcoólica na rua. Quase todos os shoppings têm detectores de metais por causa do medo de  terroristas. Ah, e nem tente conversar pelo celular enquanto espera na fila do banco, é proibido.

Enfim, essa é a cidade onde moro e viverei por um ano, o país em que aprenderei muitas coisas novas e interessantes. Atualmente a Índia está enfrentando muitas mudanças, e rápidas. Andando por Pune se nota isso. Nas construções e na vontade de algumas pessoas em querer construir um país mais desenvolvido e justa, mas sinceramente, em questões de infra-estrutura e desenvolvimento economico e social, atualmente o Brasil está muito melhor. Aqui há muito a ser descoberto e espero poder compartilhar com vocês.

Até +
(29/08/09)

Fala povo tupiniquim!


Mãe, pai, irmãos, parentes, amigos, AIESECers e “stakeholders” em geral, desculpem-me pela demora. Eu estava planejando começar este blog bem antes de vir para a Índia. Sabe aquele tipo de blog bem criativo que todo mundo faz quando vai para outro país, aquele que conta as novidades, descobertas e outras experiências que só quem está por aqui entende. Pois é, bem criativo...

Mas quando cheguei por aqui descobri que viver em um lugar totalmente estranho, conhecer lugares e pessoas novas todos os dias e ter que trabalhar ao mesmo tempo, esgota todo o tempo livre que se teria para escrever um blog, conversar no MSN, Gtalk, Orkut e, agora, Facebook. Twitter? Esquece.

Passados dois meses, depois de muitas experiências que eu gostaria de ter compartilhado com todos os meus amigos e familiares, mas que infelizmente até agora não foi possível, começo aos poucos a soltá-los por aqui. Ah, claro, só as experiências politicamente corretas.

É isso, este blog começa como todos os outros, mas não se iludam, pois este pode terminar totalmente diferente junto comigo, afinal de contas, como dizem por aí, quem vai pra Índia volta diferente.

Até +
(29/08/08)